Agenda cheia nem sempre é motivo de orgulho.
Quando pensamos na infância, geralmente a associação que fazemos é em relação às brincadeiras, à diversão, aos bons momentos. Porém, estamos vivendo num mundo onde o que menos se faz na infância é brincar. Hoje, muitos pais falam sobre a agenda totalmente preenchida de seus filhos como se fosse motivo para se orgulhar, porém, pode não sê-lo. Com uma agenda cheia de atividades, pode haver falta de espaço para a criatividade. Embora a prática de esportes e outras atividades, como as voltadas às artes, podem ser muito positivas e auxiliar no desenvolvimento das crianças, elas precisam acontecer de forma prudente.
Quando muito presa, a criança pode ser estimulada a cumprir horários rigorosos, dentro de um cronograma extremamente regrado e que não permite espaço para criar e inventar, justamente um dos aspectos mais importantes da infância e que será levado também à vida adulta. Nós, adultos, muitas vezes nos queixamos de dores, cansaço, fadiga pelo excesso de funções e atribuições que assumimos. Com as crianças, este excesso de compromissos e responsabilidades não tem um resultado muito diferente. É importante pensarmos os motivos que levam os pais a ocuparem as agendas de seu filho e também o quanto do tempo da criança é aproveitado junto deles.
A infância é só uma e passa rápido, mas seus efeitos se perpetuam por toda nossa vida. Às vezes mais é menos. E vice-versa.
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