Entenda as diferenças entre quimioterapia e radioterapia - Diersmann

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Entenda as diferenças entre quimioterapia e radioterapia

O tratamento contra o câncer tem como objetivo oferecer ao paciente o prolongamento da sobrevida, com manutenção do status funcional e da qualidade de vida – e, em casos avançados, o alívio de sintomas.

Dentre os métodos mais utilizados nesses contextos, estão a quimioterapia e a radioterapia, que buscam eliminar as células tumorais. Entenda abaixo as diferenças entre os dois tratamentos e quando cada um é indicado.

 

Quimioterapia: o que é?

A quimioterapia refere-se ao uso de drogas citotóxicas (medicamentos capazes de destruir as células tumorais). O primeiro relato de uso desse método é de 1941, com a utilização de mostarda nitrogenada em pacientes com linfoma, por Goodman e Gilman.

Essa modalidade de tratamento é comum para tumores metastáticos ou localmente avançados, visto a capacidade de atuação sistêmica da droga e também com benefício de controle local – ou seja, é um método que alcança mais regiões do organismo e evita que o turmo se espalhe pelo corpo.

 

Tipos de quimioterapia

A quimioterapia pode ser realizada em diversas modalidades de tratamento, como: adjuvante, neoadjuvante, radiossensibilizante ou paliativa.

• Quimioterapia adjuvante: aplicada após uma modalidade de tratamento local que tem a finalidade de erradicar a doença micro-metastática residual

• Quimioterapia neoadjuvante: usada antes de uma modalidade de tratamento local que permite avaliar a resposta tumoral e a sensibilidade ao tratamento. Esta alternativa tem o objetivo de reduzir o volume tumoral, diminuindo, assim, a extensão do tratamento local

• Quimioterapia radiossensibilizante: utilizada em concomitância à radioterapia, visa aumentar os efeitos terapêuticos

 Quimioterapia paliativa: não tem finalidade curativa e é realizada objetivando ganho em sobrevida global, estabilidade de doença ou controle de sintomas associados à doença.

Os agentes quimioterápicos atuam particularmente nas células em replicação, podendo agir em fases específicas. Dessa maneira, a aplicação desses medicamentos é baseada em “esquemas” de aplicação. Além disso, múltiplas aplicações repetidas permitem que mais células progridam para a fase de maior sensibilidade da droga.

A dosagem de quimioterapia é baseada na superfície corpórea (SC) do paciente. Assim, a relação dose-intensidade de quimioterapia fornecida se baseia em características físicas (altura e peso) em um dado intervalo de tempo.

Em geral, alguns requisitos básicos para a quimioterapia são (podendo variar de acordo com o tumor em tratamento):

• Hb (hemoglobina): 10g/dL

• Leucócitos (imunidade): 3.000/mm3

• Neutrófilos (imunidade) 1.500/mm3

• Plaquetas (coagulação) 100.000/mm3

Além da quimioterapia, outras formas de tratamento sistêmico incluem: hormonioterapia (terapia endócrina), imunoterapia (anticorpos monoclonais, imunoconjugados, inibidores de checkpoint), anti-angiogênicos, terapia alvo e pequenas moléculas.

 

Radioterapia: como funciona?

A radioterapia, por outro lado, se trata de uma forma de tratamento local, que faz uso da radiação ionizante (como um raio X) para inibição do crescimento e morte das células tumorais. Portanto, o método visa combater um câncer em uma região específica e, durante sua aplicação, o paciente não sente nada.

As modalidades de radioterapia envolvem a teleterapia (também conhecida como radioterapia externa), que consiste na aplicação da radiação com uma certa distância entre o aparelho e a área a ser tratada (em geral 80 a 100 centímetros); e a braquiterapia, em que se utiliza uma fonte de radiação em contato direto com os tecidos a serem irradiados.

Já a radiocirurgia consiste na administração de uma alta taxa de radiação em uma única ou poucas sessões. A escolha do tratamento é feito de acordo com as condições físicas do paciente, além do tipo de câncer, localização do tumor e estágio da doença.

Em semelhança à quimioterapia, a radioterapia também pode ser oferecida em cenário adjuvante, neoadjuvante ou paliativo. Ela também pode ser usada em combinação com a quimioterapia, o que garante uma eficácia ainda maior contra o tumor.

 

Efeitos colaterais

Em suma, a escolha do método oncológico se baseia no tipo e extensão do tumor, objetivo do tratamento, performance, status do paciente, idade e comorbidades do mesmo. Na grande maioria dos casos, o tratamento é baseado na combinação das modalidades terapêuticas.

Embora tenham aplicações diferentes e modo de ação distintos, tanto a quimioterapia quanto a radioterapia podem causar efeitos colaterais similares. Essas reações variam conforme o quadro do paciente, sendo que os principais efeitos são:

• Perda de cabelo;

• Anemia;

• Fadiga;

• Infecções;

• Náuseas e vômitos;

• Diarreia;

• Constipação (prisão de ventre);

• Perda de apetite e perda de peso;

• Alterações na pele (vermelhidão, coceira, sensibilidade e dor);

• Alterações no humor;

• Infertilidade à longo prazo.

 

Fonte: Michelle Samora – Oncologia – CRM 142.540/SP – Minha Vida

 

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