Mão: a parte do corpo que mais sofre fraturas - Diersmann

O que está acontecendo

Mão: a parte do corpo que mais sofre fraturas

Quebrei? O que devo fazer?  São 31 ossos na extremidade de cada membro superior, sendo: cinco metacarpos, 14 falanges e no mínimo dois sesamóides, que guardam íntima relação com os oito ossos do carpo e que por sua vez se conectam ao r​ádio e a ulna distais. Apesar de ocuparem um porção tão pequena do corpo, esses 62 ossos são os mais acometidos por fraturas. 

 

​Como sei se quebrei a mão?

Alguma ação que gerou dor pode indicar uma fratura. A associação de deformidade e ou incapacidade (disfunção) reforçam mais essa possibilidade. A presença de uma crepitação (estalo) é praticamente certeza da fratura. O edema pode ser imediato ou aparecer só mais tarde, mas também pode não se apresentar​.

 

Acho que quebrei a mão. O que devo fazer?

​COM CERTEZA:

• ​Não se desesperar, não trará qualquer benefício.

• Manter a mão elevada: isso é simples e possível em quase todos os casos. Com esse simples ato irá prevenir edemas maiores.

• Imobilizar e proteger: considere o tempo que levará para chegar a um atendimento médico, caso seja muito tempo, improvise uma proteção.

• Caso ocorra perda da integridade da pele, vá ao atendimento médico antes de completar 6 horas do acidente. Considere as atitudes acima e ainda uma limpeza local e cobertura do ferimento com curativo limpo e compressivo, mas tudo isso desde que não retarde muito a chegada ao Pronto Socorro.

• Caso tenha certeza de se tratar de uma urgência com a necessidade de uma cirurgia evite ingerir alimentos, mesmo água. Ainda assim considere as ações mencionadas e procure pelo atendimento médico.

CONSIDERAR:

• ​Tracionar o dedo do raio acometido: no momento do trauma, na presença de deformidade, puxar o dedo na direção de estabelecer o alinhamento irá ajudar na dor e no edema. Uma imobilização deverá ser feita após tal conduta. Julgando as chances de passar mal, ou mesmo desmaiar com tal procedimento, não arrisque.

• Gelo no local: proteja a pele com um lenço aplique por 15 a 30 minutos e então descontinuar por pelo menos 2h para que a pele e nervos superficiais não sofram. Isso irá auxiliar na prevenção de edemas maiores e na dor. É normal parecer que a dor esta piorando no início das aplicações de gelo, mas essa sensação será breve.

• Compressão: uma bandagem compressiva sem exagerar pode também auxiliar na contenção do edema e na dor. Tome cuidado para comprimir de forma uniforme, sem torcionar os dedos e sem interromper a circulação.

• Medicamentos: não irão tratar nada, apenas aliviar a dor. É válido como uma ação paliativa e pontual até estabelecer diagnóstico. Cuidado para não “mascarar” um problema maior.

• Atendimento profissional. O profissional da saúde ouvirá suas queixas, o examinará, tentará amenizar sua dor e solicitará radiografias (RX). As vezes uma imobilização provisória é instalada antes de encaminhá-lo para os exames. As particularidades das fraturas quase sempre são bem definidas com esse simples procedimento, principalmente as mais urgentes, já outros casos necessitam ainda de uma Tomografia Computadorizada (TC) para termos a definição de diagnóstico e terapêutica.

 

 

Alguns dos achados mais comuns e suas condutas:

• Em caso de suspeita de fratura não confirmada pelos exames, o exame clínico prevalece.

• Imobilização apropriada e reavaliação ambulatorial com cirurgião de mão, geralmente em 5 dias;

• Fraturado, mas sem desvio -> imobilização apropriada -> seguimento ambulatorial com especialista de mão, geralmente em 5 dias;

• Fraturado e desviado -> comunicação com o especialista em cirurgia da mão -> determinar quando e como reposicionar o alinhamento e assim o estabilizar.

 

O especialista de mão

Profissional com as habilidades para auxiliá-lo a ter a melhor recuperação possível. Utilizará seu conhecimento para, em ordem de maior prioridade, mas procurando contemplar todos:

• Alívio da dor;

• Retorno precoce a função;

• Reconhecer e tratar alterações  que possam não incomodá-lo agora, mas terão uma piora gradua;

• Estética.

 

Por vezes a indicação cirúrgica é necessária e pela infinidade de tipos de fraturas muitos materiais estão disponíveis para que se alcance os objetivos de maneira pouco intervencionista, segura e que permita a mobilização mais precoce  possível.

Assim estão disponíveis vasto arsenal, como fios de Kirchner, placas, parafusos, hastes metálicas, âncoras ósseas, fixadores externos e enxertos ósseos. As indicações de cada  um desses, vantagens e desvantagens para cada caso devem ser compartilhadas com o paciente.

Gesso e talas metálicas são muito populares e eficientes, mas há ainda as opções de órteses específicas prontas e órteses moldadas individualmente, que além de serem mais confortáveis permitem a reabilitação precoce, que será orientada pelo seu médico e seguida com o auxílio do profissional especializado em Terapia Ocupacional da Mão.

 

Fonte: Dr. Paulo Henrique Dzialoschinsky, traumatologista e cirurgião da mão do Eisntein 

 

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